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Spider-Man: Homecoming

Homem-Aranha: Regresso a Casa

Peter Parker enfrenta a adolescência, e não só, no melhor filme do herói da Marvel.

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Impulsivo, trapalhão, genuíno. Este é o retrato do Peter Parker que Tom Holland interpreta em Homem-Aranha: Regresso a Casa, personagem que já tinha interpretado em Capitão América: Guerra Civil. O foco aqui não é apenas no Homem-Aranha, mas em Peter Parker, e sobretudo em mostrar uma personagem na sua adolescência (com um ator que realmente parece um adolescente), com os problemas típicos de alguém com a sua idade. É um filme sobre o crescimento de um rapaz, não só enquanto pessoa, mas enquanto super-herói, com momentos de grande qualidade e incentivos suficientes para agradar a qualquer fã de cinema, independentemente de serem fãs ou não do herói.

Esta é a terceira versão cinemática do herói em menos de 20 anos, mas das três, esta será a que está mais próxima das reais origens da personagem - ainda que também existam aqui algumas liberdades criativas. Ao contrário dos outros Vingadores, Peter Parker é quase uma criança, facilmente entusiasmável - um pouco ingénuo até. Isso confere à personagem um charme muito próprio, enquanto tenta equilibrar o dia-a-dia de ser um adolescente, com as novas responsabilidades de ser um "super-herói".

Existem várias direcções que os filmes de super-heróis podem tomar, desde os mais sérios, realistas, e sombrios, aos mais divertidos que não se levam tão a sério. Este Homem-Aranha encaixa naturalmente na segunda categoria, e parece-nos a decisão acertada para esta personagem. É um espírito que se estende a muitos dos filmes da Marvel, e que terá começado com o primeiro filme do Homem-de-Ferro. Talvez seja por isso que Tony Stark parece ser um encaixe perfeito neste filme, ele que acaba por não ter uma importância tão grande quanto os trailers o sugeriram, mas que é ainda assim uma adição sempre bem vinda quando surge no ecrã.

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Homem-Aranha: Regresso a Casa tenta fazer algo de novo, em termos do que já vimos em interpretações anteriores da personagem, mas também em filmes de super-heróis no geral. Apesar desse esforço, existem sempre elementos obrigatórios neste tipo de filmes, e Regresso a Casa não é exceção. Como é natural, existe um vilão (o Abutre, neste caso, interpretado por Michael Keaton), um debate entre o bem o e o mal, e a vontade inabalável do herói em não comprometer. Como resultado de tudo isto, existem as inevitáveis sequências de ação espetaculares, com salvamentos no último segundo, e muitos efeitos especiais. Nada de novo realmente nesse sentido, ainda que seja divertido, mas há que assinalar o desempenho de Michael Keaton e a interpretação da personagem. As suas motivações parecem credíveis e as suas ações plausíveis, o que acaba por tornar o Abutre num vilão mais interessante do que a maioria dos que já vimos noutros filmes Marvel.

É essa "normalidade" que torna Homem-Aranha: Regresso a Casa num filme realmente fantástico. É um filme sobre feitos extraordinários, mas com personagens bastante humanas e credíveis, concentradas nas suas vidas, nos seus bairros, e nos seus problemas. Não é um filme sobre salvar uma cidade, o mundo, ou a galáxia, e isso torna a experiência mais pessoal. Outro elemento que a Marvel e a Sony também captaram bem, foi o humor e a leveza da personagem. O Homem-Aranha é suposto ser divertido, é suposto ser irreverente, e Tom Holland conseguiu isso com excelente efeito.

Além de um guião polido, boas interpretações, e um ritmo equilibrado, Homem-Aranha: Regresso a Casa também desfruta de boa cinematografia. Também adorámos o trabalho com as câmaras, e a forma como seguem o aranhiço durante as suas acrobacias loucas. Tudo isto está embrulhado numa banda sonora notável de Michael Giacchino, que conseguiu reinterpretar a personagem para um público moderno, com faixas tão rebeldes e irreverentes como o próprio herói.

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Homem-Aranha: Regresso a Casa percebe a personagem como nenhum outro filme antes dele, e consegue re-estabelecer contacto com a versão da personagem que os fãs conheceram na banda desenhada, a versão que perdura no nosso imaginário coletivo. O filme beneficiaria de momentos menos diluídos, mas de forma geral, o diretor Jon Watts conseguiu criar um filme que corre de forma agradável para o espetador. Tom Holland, e o universo cinemático da Marvel, era precisamente o que o Homem-Aranha precisava. Agora resta ver o que a Sony irá fazer com o universo cinemático que quer construir em torno da personagem.

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08 Gamereactor Portugal
8 / 10
+
Boa interpretação moderna de Peter Parker. Um vilão competente e interessante! Bom ritmo.
-
Como um todo, o filme beneficiaria de momentos menos diluídos.
overall score
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